Negra é a luz brilhante deste dia

Negra é a luz brilhante deste dia que nos relembra a marca de um passado que não pode ser repetido, nem esquecido, para que não cometamos mais os erros que nos fizeram errar.
Negra é a luz deste dia que acende, que é estrela, que explode no céu o clarão da coragem de um povo que traz a força no olhar.
Negra é a luz deste dia que nasce, que renasce, para nos relembrar a importância que a Zumbi se deve dar.
Negra é a energia que corre pelo sangue de uma raça que teve sua pátria arrancada, sua raiz extirpada e que nem por isso desaprendeu a sorrir, a sonhar.
Negra é a bravura de uma nação que precisa se despreconceitualizar. Que precisa entender que a cor da pele não pode ser uma discriminação a se julgar, mas uma beleza a se respeitar.
Negra é a data de um calendário que precisa se limpar de tanto sangue, de tanto estigma, de tanta perseguição, de tanta distância.
Negra é a cor do pecado de quem maltrata, aparta, pejorativiza.
Negra é a pupila de um olhar que separa, que reduz o horizonte de um país que se faz majoritariamente negro e que constitui sua natureza por assim o ser.
Negra é a herança do orgulho que devemos recuperar. Herança de sonhos perdidos, abandonados e pelos quais todos nós, de todas as cores, devemos lutar.
Negra é a cor da igualdade, do respeito, da comunhão que todos devemos ter ao unir a luta pelo direito de todos terem iguais direitos em nossas mãos.
Negra é a consciência negra desta data que precisa ser valorizada, reconhecida e, mais do que respeitada, admirada.
Negra é a carne de todos os que entendem que a humanidade é toda ela alma e, assim, deve toda ela, em todas as suas cores, credos, raças, sexos e opções sexuais, estar junta por uma luta que não é por mais guerra, mas por mais consciência de que negra é a luz da igualdade de nossa paz.

Uma homenagem ao Dia da Consciência Negra, dia que marca a necessidade profunda de reflexão sobre a importância do negro na sociedade brasileira.
*A data foi escolhida por representar o dia atribuído ao falecimento de Zumbi dos Palmares, chefe quilombola que lutava pela liberdade dos negros escravos, morto em 20 de novembro de 1695.

*Crédito da Foto: Samantha Sophia

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