Viajo, logo, existo.

Tem gente que não liga. Passa a vida toda sem sair do lugar. E nem parece se importar. Pra esses, viajar é só gastar. Ok. Cada qual com o seu pensar. Mas, no meu caso, é ao contrário. Viajar é respirar. Questão de sobrevivência. Ou, se preferir, um meio de existência. Viajar é se perfumar de outro ar, por outros mapas zapear, por outros pés caminhar, por outras línguas falar, por outro olhar se encantar. E não digo apenas viajar pra fora. Viajar pra dentro também tá valendo (eu poderia falar pra dentro de si, mas essa é uma viagem pra outro texto). Viajar pelo nosso país também é ótimo. Pois o nosso Brasil são vários. Cada estado tem seu prato, sua música, sua cultura. E por isso viajar pra mim é muito. Porque é uma forma de conhecer, no outro, a outra de mim mesma. Um conhecimento mais que físico e geográfico: coletivo e pessoal. Expansão interior, crescimento vivo. Ver que o mundo é um globo de muitas arestas, de muitas angulações, de diferentes expressões. O que é côncavo aqui, é o convexo de acolá. Tudo é outro, tudo é novo, tudo é oportunidade pra se repensar. E, por isso, viajar é um dos modos. De meu guarda-roupa de carne e osso. Eu renovar. 

Crédito da foto: Steven Lewis.

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