O arrepio da beleza

Descansa em meus seios a brisa das tuas mãos. Segura a minha fonte da vida, cheia de carne, como se dela nascesse a espuma das tuas ondas. Enche teu cálice espalmado daquilo que eu me chamo. E prende no teu gesto enfurecido de amor as palavras com que me chamas. O coração batendo dentro dos ossos. Assim o dicionário te tem descrito. Despido. Quando está dentro de mim cavando teus caminhos. São baixas as terras que te acolhem. São florestais os vales que te beijam. Em meus orvalhos, o corpo dos teus afagos se afoga. E renasce do gesto bruto a rosa da delicadeza. Desponta no céu, a cadência de uma estrela. Beleza é quando o gosto do meu arrepio é a ponta da tua língua…

Crédito da Foto:  Ian Dooley .

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *