Amor é deixar voar

Ame. De verdade. Com entrega. Com seu inteiro. O ser é amor. Do mais puro sentimento. O melhor deles. Amar é ter asas de pé no chão. Tocar o céu com a mão. Amar é sentir a carícia do ar. Ver uma gota de chuva e chorar. Amar é denso. Espesso. Mas nunca pesado. Peso é tudo o que não cabe no amor. Amar é labirinto. Uma entrada e muito desejo de nunca mais achar a saída. Amar é perdição. Mas no bom sentido. Porque tudo o que sopra pra fora do senso, é que se afastou do amor. Amor não corrói. Não destrói. Não amassa. Não rasga. Não amordaça. Amor sorri. Faz cócegas. Volta à infância. É livre. É sol. Arco-íris e chuva de verão voltando da praia, dançando nas poças. Aquele vaporzinho subindo do asfalto quente. Aquele cheiro de terra vindo pro nosso nariz. Aquela coisa sentida com todo o corpo e com o corpo de toda a alma. Porque a alma e o amor são quase uma coisa mesma, quase um inteiro só. Amor é ir na direção do destino. Daquilo que nos sopra pro horizonte. Não cabe numa mão. Nem em duas. Amor só cabe no coração do mundo. Esse mesmo que é a soma de todos os corações juntos. Os já idos. Os que aqui estão. E os que ainda nem sonharam em nascer. Amor é coisa boa. Coisa fofa. Igual bebê. Igual filhotinho de cachorro. Essas coisas que dão vontade de apertar sem que a gente saiba explicar o porquê. Amor é a pipa lá no alto. Contra o sol. Cheia de rabiolas. Virando cambalhotas no vento. Amor é a liberdade de amar. Porque só sabe amar quem sabe ser livre. E só sabe ser livre quem sabe libertar. Amor é deixar voar.

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