Descontraída

Eu era muito séria. Andava de cara fechada. Bico. Emburrada. Pra tudo era uma reclamação. Pro mínimo, um problemão. A vida era um subir de escadas, uma coisa amarrada, uma porta emperrada, uma praia nublada. Mas agora, chegou. Sai pra lá, mau humor. De ontem em diante eu quero é riso 0800. Tirar o franzido da testa, mostrar os dentes feito uma idiota, fazer caretas nas fotos, chega de “carão”. No meio da praça. Falando sozinha. Conversando comigo. Me entendendo. Me respeitando. Me deixando em paz… Se ser uma idiota é me sentir leve, amiga da vida e de tudo o que ela me traz, então, que eu seja. A pessoa mais idiota do mundo. Uma idiotona maior que sai por aí doando palavras em abraços muito apertados. Uma idiotona maior que acha a graça da vida em qualquer esquina, debaixo dos sapatos, em qualquer filminho bobo ou propaganda de sabão em pó. Tô nem aí. Tô nem aí pro que podem pensar de mim. Só eu sei o peso que é me viver pesadamente. Só eu sei o voo que é me viver livremente. Então, de agora em diante, eu quero ser leveza, afeto e uma bemmmmm frouxa risada. E que o resto seja o resto. Um nada mais que nada.

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