Fim de Espera

A roupa nova no cabide. Esperando ‘A Ocasião’. Os copos mais bonitos no armário. Esperando ‘A Visita’. A lingerie nova na gaveta. Esperando ‘O Amor’. E enquanto nada disso acontece, a gente espera. E espera com tudo guardado. Guardado na esperança de que esse tal Momento com M maiúsculo chegue e nos justifique toda essa espera. Mas se ele não chega, a gente chega à conclusão de que tudo é em vão. Sério? Claro que não. Que Momento, que nada. Momento com M maiúsculo a gente só tem uns 10 na vida. Viver de verdade é nos momentos, sem nada de Caps Lock nas letras. Tudo no diminuto. Porque o viver mesmo é no cotidiano, no dia a dia. Adiar os usos? Esperar a vida com as coisas guardadas? Hum… acho que não. Enquanto nós nos guardamos, as coisas não acontecem. Fica tudo acamando poeira. E eu quero acontecer. Com as coisas acontecendo em mim. Se eu não me recebo, se eu não me visito, se eu não uso por mim e pra mim, que utilidade tem isso tudo, então? Olho pros copos das visitas. Vocês agora foram rebatizados: copos da rotina. Tiro a roupa nova do armário: hoje eu vou te levar pra dançar. Pego a lingerie na gaveta. Abro uma garrafa de vinho. Apago a luz. É assim que a gente se entende…

Crédito da Foto: Dave Lastovskiy

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